quarta-feira, 22 de abril de 2009

terça-feira, 21 de abril de 2009

Análise de diferentes modelos de organização curricular

Zabalza (2003) fala de estilos curriculares ou modelos de ensino, nomeadamente:

- MODELO CENTRADO NA DISCIPLINA E APRENDIZAGEM FORMAL, o qual dá maior importância aos conhecimentos a adquirir. Organizam-se os espaços, tempos e actividades em função desses conhecimentos. Neste modelo, as técnicas de avaliação são baseadas nos resultados objectivos, que são resultados apalpáveis e directamente comprováveis como produtos da instrução.

- MODELO CENTRADO NO ALUNO, cujo eixo de estruturação do papel dos conteúdos é o interesse do aluno, as suas motivações, os seus desejos, as suas relações com as pessoas e o meio em que actuam. Os conteúdos trabalham-se à medida que vão sendo produzidos na aula.

- MODELO CRÍTICO, no qual os conteúdos assumem um sentido instrumental em vez de um sentido substantivo; as palavras servem para aprender a ler, para reflectir sobre a situação do aluno; as matérias estudadas são para formação funcional do aluno na área a que pertençam e servem para desenvolver a consciência social.

- MODELO TECNOLÓGICO E FUNCIONAL, que privilegia uma maior cientificidade (ou funcionalidade), ou seja, maior competência dos professores. A abordagem dos conteúdos não se reduz ao “quê”, mas também ao “como”.

- MODELO DE SÍNTESE: trata-se duma síntese da modalidade situacional e da modalidade funcional que dizem respeito ao modelo de programação.

Por sua vez, Fogartn (1997) sugere os seguintes modelos curriculares, para múltiplas inteligências na sala de aula:

- APRENDIZAGEM BASEADA NO PROBLEMA: começa com um problema mal estruturado, um problema não claro ou ambíguo, por exemplo, uma controvérsia sobre o que realmente os alunos necessitam aprender.

- APRENDIZAGEM TEMÁTICA: o tema é uma grande ideia (ou conceito-chave), tal como, amizade, exploração ou inteligência. Estes elementos integram as disciplinas e permitem a organização do desenvolvimento curricular.

- PROJECTO DE APRENDIZAGEM: é uma autêntica aprendizagem de experiências produtivas que envolve projectos tangíveis e visíveis, por exemplo os projectos de ciências. Estes requerem conhecimentos, talentos e criatividade dos aprendentes. Os projectos de aprendizagem consistem em criações, execução e produção.

- APRENDIZAGEM EM SERVIÇO: as escolas criam parcerias com líderes comunitários e agências, para projectos cívicos orientados e, assim, os alunos desenvolvem o espírito de tolerância, respeito e compreensão mútua. Aprendem a trabalhar com outros e aumentam sua visão.

- APRENDIZAGEM DE COMPETÊNCIA: consiste em os alunos desenvolverem uma tarefa ou certas competências, demonstrando a sua compreensão através das acções. Quer dizer, o aluno aparece como protagonista da sua aprendizagem e ele é envolvido na sua própria avaliação.


- ESTUDO DE CASO: consiste de situações específicas. Extrapolam-se resultados e crenças dum caso acerca de como cada um vê e valoriza o mundo. Os alunos pensam neste caso usando discussões estruturadas.

Por outro lado, Ribeiro (1999) apresenta:

- MODELO BASEADO EM DISCIPLINAS: forma tradicional de estruturação curricular que consiste em formular objectivos, de forma explícita ou implícita. Os conteúdos curriculares são seleccionados e organizados, especificando os objectivos de ensino. Em função da selecção, estrutura e sequência dos conteúdos são definidas as estratégias de ensino e as experiências de aprendizagem.

A avaliação privilegia os resultados cognitivos e ocorre em função do objectivo da aprendizagem e do domínio das matérias e conteúdos ensinados. Os objectivos constituem objecto de ensino-aprendizagem.

Este modelo tem como variantes:
• A organização pluridisciplinar, que assenta na correlação de 2 ou mais matérias que se coordenam.
• A organização dum pendor interdisciplinar, que se traduz na fusão de matérias disciplinares com possíveis afinidades.
• A organização por áreas de conhecimento, revelando perspectivas multi e interdisciplinares.

- MODELO BASEADO EM NÚCLEOS DE PROBLEMAS/TEMAS TRANSDISCIPLINARES: é um modelo transdisciplinar em termos de integração de conhecimentos vários, de relevância pessoal ou social e dos efeitos educativos deste tipo de aprendizagem.

- MODELO BASEADO EM SITUAÇÕES E FUNÇÕES SOCIAIS: centra-se na sociedade e garante conhecimentos e aptidões socialmente relevantes. Este modelo caracteriza-se pela instrumentalidade das matérias e conteúdos disciplinares no estudo de um tema ou resolução dum problema e pelo envolvimento activo dos alunos na resolução de problemas.

No entanto, o modelo tem falta de sistematização e lacunas na cobertura de conteúdos culturais disponíveis.

- MODELO CENTRADO NO EDUCANDO: aqui os objectivos resultam da negociação professor-alunos ou da selecção dos alunos (se possível). Os conteúdos são seleccionados com base nas actividades, projectos e interesses em jogo. As estratégias de ensino e as actividades de aprendizagem visam facilitar a aprendizagem do aluno.

A avaliação é mais informal do que formal de diagnóstico e apreciação do progresso do aluno.

2.1 OUTROS MODELOS DE ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

Ribeiro (ibidem) refere-se ainda a outros dois modelos:

- MODELO BASEADO EM PROCESSOS COGNITIVOS, generalizáveis a várias áreas de conhecimento e situações de vida.

- MODELO BASEADO EM FUNÇÕES E COMPETÊNCIAS DETERMINADAS, que dá ênfase na análise e sequencialização de tarefas e na especificação de objectivos comportamentais.

- MODELO BASEADO EM CONTEÚDOS
Contéudo curricular, para Zabalza (2003), constitui a base através da qual as actividades de aprendizagem estão unidas entre si. É um espaço de tomada de decisões no desenvolvimento curricular: acerca da selecção, da sequencialização e da organização funcional dos conteúdos.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Repensando na selecção de estratégias e actividades de aprendizagem no processo de desenvolvimento curricular

Ora, como é óbvio, o ponto de partida de qualquer currículo é quase sempre um plano, o chamado currículo-plano; aquilo que Diogo & Carvalho (1999:71) apelidam de currículo oficial, ou seja, “currículo formal – o que alguma organização normativa prescreve (por exemplo, o ME[1])”. Isto faz parte do planeamento curricular, que se insere num processo dinâmico e contínuo que também envolve a fundamentação, a implementação e a avaliação do currículo; as quatro grandes fases dum permanente desenvolvimento curricular, isto é, duma construção de planos curriculares. Para Ribeiro, currículo é aquilo que se planeou ensinar; é a organização do ensino-aprendizagem, ou melhor daquilo que se pretende que os alunos aprendam.

[1] Ministério de Educação